Cálculo da Felicidade


Vejo-me por vezes nos outros, depois confundem-me e ainda me mostram que afinal nada está assim tão certo.

Vive-se com a urgência descontrolada de estar(e não ser) feliz, de poder lembrar um qualquer momento como o mais decisivo, de querer que o tempo passe ou ainda que pare quando está a ser bom demais e nem nessa realidade estamos a conseguir viver.

Temos a urgência das paixões, das flores, dos confrontos, das conversas e dos olhares. Podíamos até roubar de uma só vez o que pode (poderia) acontecer numa vida.

Somos cobardes por não saber esperar principescamente, por não saber voltar atrás, por querermos mais ainda do que gestos que não compreendemos, por não sabermos onde erramos e o que isso pode fazer.

Construção de muros com falsas realidades, com a certeza ultima de que fazemos necessariamente o que é esperado.

Crescemos com a ansiedade descontrolada de não desapontar os outros, a nós mesmos e de calcular a felicidade: medi-la em unidades de prazer, ordenadas por intensidade, duração e proximidade, ainda que o valor de algumas possa ser diminuído. Desejo e ansiedade divididos pelo desiquilibrio. O desejo da pessoa excelente que relacionamos connosco.

Ser racional sem saber exactamente o que isso significa, é disto que se trata.

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