Tempo


Sentei-me no banco do jardim. À minha frente uma mulher curiosa, marcada pelo tempo do tempo que não passa sem quase nada. Mulher simples, com as rugas dos dias, as marcas que falam como o espelho da alma.
Humilde na forma de vestir, rica no olhar.
Trazia uma aliança vincada pelas mãos perfeitas, vincada pela sabedoria de quem pode falar dos dias que passaram. Agarrava a carteira com medo de alguém.
Ia com pressa, talvez de coisa nenhuma.
Falou-me ao ouvido.

Cá Dentro


Não procurava nada.
Não andava atrás de coisa nenhuma.
Queria só ficar assim, em mim…
Tu!
Procuraste-me com o olhar, deste-te num beijo, inventaste novas palavras.
Ergueste o muro e no silêncio de todas as noites deixaste que eu entrasse. Sabes a lágrimas silenciosas, a frases sem sentido, a dias atropelados.
Não podes deixar fugir um segundo nosso, faz todas as perguntas porque o fim de uma resposta é o início de uma nova pergunta, é na incerteza do amor que queremos encontrar o amor certo.