Desenho

Parece que foste desenhado por mim, como todos aqueles traços que nunca pensei serem possíveis de existir.
És desprendido, vejo-te sem seres tu. Entras assim, Homem Misterioso, feito de não sei o quê e á procura de todas aquelas coisas que me envolvem, me apaixonam.
Nunca fugi de qualquer momento, nunca senti nada que fosse tanto, nunca te olhei sem ser como hoje.
Tudo isto são coisas, coisas que não posso amar, palavras que não me podem deixar sentir porque significam cada vez mais.
Há qualquer coisa de profundamente irresistível em ti, nunca deixaste de ter esse ar de menino que joga futebol, que rouba beijos desprevenidos, que me rouba olhares, que não tem as marcas do tempo, que tem o sorriso escondido com um caminho tão fácil de eu compreender.
Falas-me como se fosse sempre a primeira vez, uma espécie de mistério com todos os teus segredos guardados debaixo de um sitio só teu e que nunca ninguém vai ser capaz de encontrar. Perguntas sempre quem és tu? Talvez eu mesma nunca consiga explicar.
Não quero estar contigo pela vida, quero ter sim contigo um fio invisível que só eu compreendo, como se me fizesse lembrar de ti para sempre, da maneira que eu quero, sem que nenhuma das situações da nossa vida possa interferir.
Vês, sempre que te deitas aquilo que és, esperas que alguém, deitada a teu lado posso chegar algum dia a ver isso contigo. Não queres que chegue muito cedo para não fugires nem muito tarde para já não te compreender.
Tenho de te pôr numa moldura, guardada dentro de mim, deixar ficar no silêncio aquilo que sinto.
Apaixonas-me e vou-te dize-lo no dia em que te vires como eu a ti.

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