Porque não!

Uma noite para ficar confusa, para me opor ao que penso de ti para não perder a cabeça. Lembras-me o quanto não quero ficar a ver tudo passar.
Hoje quis passear pela praia, ter daqueles pensamentos que fazem bem só porque são sinceros, andar descalça e seguir em frente com a sensação fria nos pés a mostrar que sim, que sentimos.
Quando nos penso invade-me esta sensação de insegurança segura, de não saber como chegamos aqui, de não perceber como um nada de duas vidas tão desencontradas se pode transformar em tanto. Adoro que me leias, adoro que me vejas, que me compreendas, que me surpreendas.
Não sei como isto pode não ser só o delírio de dois que identificam, têm desejo, têm carinho, têm saudades.
Não gosto da maneira como me preenches, não gosto da maneira como me fazes pensar em ti, não gosto da forma carinhosa como me falas… porque me dá aquele sentimento incontrolado que quero controlar, porque me faz não pensar, porque me dá frio na barriga, porque me deixa com aquela ansiedade incontrolada de te ter.
Não quero reconhecer-te sem te ver, não quero pensar sem saber como, não quero porque magoa viver um mundo de incertezas, porque magoa não saber reagir. Não magoa agora, magoa amanhã.
Percebes-me? Talvez não, não te posso pedir aquilo que nem eu tenho, não posso pedir que me respondas ao que não sei perguntar. Está a tornar-se maravilhosamente irritante escrever-te, um hábito que me envolve que me faz sentir compreendida, que me faz deixar estar.
O que sentes quando não te vês? O que sentes quando dormes, quando te olhas ao espelho, quando percebes que tudo ou nada tem sentido? Quando não tens a oportunidade de ti? Quando não tens a oportunidade de nós?
Não quero controlar esta sensação tão incrível, não quero dizer não ás incertezas que tenho, não quero perder a magia. Não quero perder-nos… Quero conhecer-te à minha maneira, quero saber ler-te, saber o que dizes, porque sim e porque não. Ao teu lado falta controle, falte-me saber porque faço isto, porque penso em ti, porque imagino “nós”…
Não quero sair de ti, deixa-me ficar.

Sem comentários: