Razão?


Este impulso de sentir, de tentar ver o que não percebo! Deliciosas noites que passam sem que um fôlego saia a mais. Apaixonada, amor, repita-se paixão hoje e sempre.
Porquê esta sensação de não querer sentir nem um minuto a menos, esta horrível atracção que me prende enquanto me tenta soltar. Vejo tantas vezes a mesma coisa, sinto tantas vezes o que não quero.
Tenho o direito de me explicar, de tentar dizer-me o que não consigo dizer a ti de te querer ter perto. Dói, confunde e deixa-me não querer ficar assim. Fica uma saudade que não consigo controlar, que não se explica, que não se vê.
Não te quero tão perto só porque estás aí, longe do meu mundo, longe do que quero dizer, longe do que preciso (de ti). Como é grande a nossa distância.
Vontade de te ver, de te ter… saber que não posso.
Cansa isto, cansa sentir mais do que posso.
Quero ver o olhar que escolhemos, sentir sempre.
Falas com os olhos, com as mãos e delicia-me a forma como paras a meio das tuas palavras… como se tentasses descobrir um significado real para o que está a acontecer. Agrada-me o teu sorriso e sim, os teus beijos, sentir que o coração parou, sentir tudo em mim, sentir que o tempo não passa, querer ficar ali. Olhar e voltar a olhar só mais uma vez. Chegar à cama e não querer estar ali e sim, acordar no dia seguinte com o sorriso.
Tenho saudades por não saber quando.
Será que sim, que de facto o olhar fala mais do que todas as palavras?
Queria prender-te e voltar a perder-te e encontrar-te assim, no meio de um dia qualquer.
Procuro como tu o repercutido som do mar, o amor tranquilo, a voz exacta da alma. Andamos sobre o silêncio, sempre com os olhos a dizer o que parece tão proibido e acabamos na armadilha de pensar secretamente no constrangimento de alguma vez a intensidade do que sentimos nos possa fugir.
Diz-me se há a tal razão do amor.

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